quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mitos e Verdades sobre a alergia

Mito: A alergia é contagiosa.

Verdade: Não. As pessoas alérgicas, principalmente as que têm asma, rinite e dermatite atópica, possuem uma condição genética que determina que reajam de forma exagerada a determinados estímulos, causando os sintomas.

Mito: Todas as doenças alérgicas não têm cura.

Verdade: Embora a alergia seja uma condição herdada geneticamente e, na maioria das vezes definitivamente, existem doenças alérgicas em que pode ocorrer a resolução completa do quadro, como acontece com a alergia ao leite de vaca que se inicia na lactância (bebê) e tende a desaparecer por volta dos 2 a 4 anos de idade.

Mito: Não adianta tratar alergia, afinal ela não tem cura.

Verdade: Embora não se possa alterar a herança genética, que os alérgicos apresentam, os tratamentos disponíveis atualmente englobam medicamentos bastante específicos, com efeitos colaterais mínimos e que melhoram muito a qualidade de vida.

Mito: Alergia é doença de rico.

Verdade: As doenças alérgicas são condições herdadas geneticamente podendo, portanto, ocorrer em indivíduos de todos os níveis sócio-econômicos.

Mito: Ar condicionado faz mal para os alérgicos.

Verdade: Os alérgicos podem permanecer em ambientes com ar condicionado. O importante é que a alergia esteja bem controlada e que os aparelhos tenham boa manutenção e limpeza.

Mito: Praia é prejudicial à criança alérgica.

Verdade: Ir à praia è uma atividade ao ar livre das mais saudáveis e deve ser estimulada no paciente alérgico.

Mito: Natação cura alergia.

Verdade: Natação é um excelente exercício físico e sua prática traz benefícios para as pessoas alérgicas, em especial para os asmáticos. Entretanto, não "cura" a asma e em algumas condições alérgicas pode agravar o quadro, como por exemplo nas sinusites.

Mito: O alérgico, principalmente o asmático, não pode praticar esportes.

Verdade: Os esportes de maneira geral, em especial os aeróbicos, estão liberados para os alérgicos.

Mito: Travesseiros e colchões "antialérgicos" (hipoalergênicos) não necessitam de capas impermeáveis.

Verdade: Todos os tipos de travesseiros e colchões devem ser revestidos com capas apropriadas (revestidas internamente com película impermeável), para evitar a proliferação de ácaros e fungos.

Mito: As vacinas para a alergia engordam.

Verdade: As vacinas para tratamento de alergia respiratória não contêm nenhum elemento que cause ganho de peso.

Mito: Asma começa na infância e se cura na adolescência.

Verdade: Embora uma parcela das crianças que apresenta “chiado” nos primeiros anos de vida evolua com o desaparecimento dos sintomas, isto não é verdade para todos.

Mito: As “bombinhas” para tratar a asma fazem mal ao coração, podem viciar e até mesmo matar.

Verdade: Não. A asma é uma doença das vias respiratórias e portanto, o tratamento inalatório é o ideal. Além disso, seu efeito é mais rápido, as doses necessárias para o controle dos sintomas são menores e os efeitos colaterais são mais discretos, quando comparados aos dos medicamentos usados por via oral. O fundamental é que sejam sempre utilizadas sob orientação médica, de forma correta, evitando os abusos.

Mito: A asma é mais grave que a bronquite asmática e diferente da bronquite alérgica.

Verdade: Embora a asma não deixe de ser uma inflamação brônquica e, portanto, uma bronquite, a denominação correta para os episódios recorrentes de chiado que melhoram após a utilização de broncodilatador é a asma.

Mito: Uma mulher asmática deve evitar engravidar.

Verdade: O fato de uma mulher ser asmática não é um empecilho para que fique grávida. Sabe-se que algumas mulheres, ao engravidarem, não têm o curso da doença alterado pela gestação, mantendo o padrão que sempre tiveram, antes do período de gestação. Outras pioram na gravidez, passando a ter mais crises do que antes de engravidarem. Não se pode prever, com exatidão, quem irá piorar, melhorar ou manter inalterado, mas isso não pode ser motivo para se evitar uma gravidez. Os estudos apontam que 1/3 das gestantes melhoram durante a gravidez, 1/3 permanece inalterado e 1/3 pioram durante a gestação;

Mito: Uma mulher grávida não pode usar remédios para tratar sua asma e ou rinite.

Verdade: O receio do uso de medicamentos pela gestante asmática e ou portadora de rinite não deve existir pois, em alguns casos, eles serão essenciais para permitir que a mãe respire melhor e forneça oxigênio para o feto. A falta de ar materno pode ser mais prejudicial ao bebê do que o efeito dos medicamentos usados.

Mito: Sorvetes desencadeiam crises de alergia respiratória.

Verdade: O que desencadeia alergia respiratória são principalmente, as substâncias inaláveis, tais como os ácaros da poeira, os pêlos de animais, etc.

Mito: A asma não é uma doença séria.

Verdade: Se assim fosse, a asma não seria uma doença às vezes mortal. Se assim fosse não precisaríamos de oxigênio para respirar.

Mito: Todos os quadros de urticária são devidos aos alimentos (principalmente ao chocolate e aos frutos do mar).

Verdade: Ao contrário da crença popular de que a urticária é sempre provocada por alimentos, na verdade as causas mais comuns são medicamentos, largamente utilizados sem prescrição médica.

Mito: Eu tenho alergia a antiinflamatório, mas não faz mal. Eu posso toma-lo e em seguida tomo um antialérgico para cortar o efeito.

Verdade: As alergias a medicamentos podem ocasionar reações graves. A pessoa que, numa primeira exposição a determinado medicamento, apresentou uma reação leve poderá, em exposições subseqüentes, desenvolver quadros bem mais graves (inclusive choque anafilático).

Mito: As drogas nasais descongestionantes são excelentes para desentupir as narinas.

Verdade: Os descongestionantes nasais só devem ser usados por curto período, pois provocam inúmeros efeitos colaterais e dependência física, além de alterar a mucosa nasal.

Mito: Não se deve usar remédios no nariz.

Verdade: Os medicamentos que não devem ser usados no nariz, por tempo prolongado (superior a 5 dias) são os que contêm vasoconstrictores, devido aos efeitos colaterais que podem ocasionar, inclusive com piora da obstrução nasal. Porém os antihistamínicos e os corticóides, para uso tópico nasal, fazem parte do tratamento da rinite alérgica.

Mito: Criar um tipo de ave chamada “Canção” ou “Tartaruga” cura a asma.

Verdade: Não existe nenhum embasamento cientifico em relação a esta afirmação.

Fonte: SBAI - Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia
e http://www.luzimarteixeira.com.br/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crianças, cosméticos e alergias. Uma combinação cada vez mais comum

O mercado de produtos de higiene e beleza infantil é um dos que mais cresce no Brasil. Comparativamente, entre 2007 e 2008 este mercado cresceu 32,93% em volume de produtos vendidos, o maior índice entre os 10 países que ocupam o top do ranking mundial. O Brasil cresceu 3 vezes mais rápido que a média mundial, deixando para trás até a imensa China com seus 1bilhão de habitantes, que cresceu “só” 24,7%.

Isso com certeza refletirá em um aumento no número de casos de dermatite de contato por cosméticos em crianças. Atualmente a incidência é muito maior em adultos, explicável até agora, pelo maior contato com as principais substâncias desencadeadoras , mas está claro que, pelas estatísticas acima isso será por pouco tempo.

Existe basicamente 4 tipos de dermatites de contato: dermatite de contato por irritação primária, dermatite de contato fototóxica, dermatite alérgica de contato, e dermatite de contato fotoalérgica.

Na dermatite de contato por irritação primária a reação dá-se pelo contato com substâncias com características irritativas cumulativa e dependem do tempo e da periodicidade com que a criança é exposta a estas substância. Os sintomas ( vermelhidão, inchaço, coceira, exsudação e feridas) podem aparecer após alguns dias ou até mese após o contato. As principais substâncias causadoras deste tipo de dermatite em crianças são urina ( dermatite das fraldas), algumas frutas cítricas, o próprio suor em locais como dobrinhas de pescoço. Algumas substâncias só se tornam irritantes quando na presença da luz solar, causando a dermatite de contato fototóxica, como é o caso do limão e do figo

Na dermatite de contato alérgica ocorre uma reação imunológica e formação de anticorpos. Aqui o organismo , para defender-se de substâncias estranhas produz uma reação de defesa exagerada que acaba desencadeando diversos sintomas como vermelhidão, coceira, inchaço. Existem algumas substâncias que são potencialmente alergênicas entre elas estão os parabenos ( conservantes comuns em cosméticos), a parafenildiamina ( presente em tinturas de cabelo e tatuagens de Henna), borracha ( presente principalmente em sapatos infantis) bálsamo do peru ( maquiagens) entre muitas outras.

No caso das dermatites de contato fotoalérgicas as reações do organismo são desencadeadas quando a exposição da pele à luz solar modifica uma determinada substância tornando-a alergênica. Os principais exemplos são alguns perfumes e fragrâncias contidos em cosméticos e alguns óleos essenciais como da citronela.

O tratamento para todos os casos descritos acima é evitar o contato com as substâncias desencadeadoras. A identificação da substância é que nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que existem muitas. Por isso é fundamental o uso de cosméticos hipoalergênicos, que garantem um risco muito menor de aparecimento de alergias e irritações.